Vinte e dois casos de pneumonia foram diagnosticados nos últimos dois meses na freguesia alentejana de Vila Nova de São Bento (Serpa), a maioria em Julho, um número considerado “anormal” pela autoridade local de saúde.
“O pico maior deu-se em Julho”, quando foram diagnosticadas 16 pneumonias, disse hoje à Agência Lusa a delegada de Saúde de Beja, Felicidade Ortega.
Segundo a também coordenadora da Unidade de Saúde Pública de Beja, “houve uma diminuição clara do número de casos em Agosto”, quando foram diagnosticadas seis pneumonias, as duas últimas na passada sexta-feira.
Não se trata de “um surto de pneumonia”, mas “pode-se falar de um número exagerado e anormal de casos e maior do que o esperado para uma população tão pequena e em pleno verão”, explicou.
“Não existe uma característica própria” entre os doentes - de várias idades e de ambos os sexos, a maioria tratada sem internamento - e “é natural” que os casos diagnosticados tenham tido origem em “vários micro-organismos”, disse.
Segundo a médica, “dificilmente” se ficará a saber qual o agente na origem da maioria dos casos, já que, na altura dos diagnósticos, não foram feitas as análises necessárias, porque “não é habitual” serem feitas.
“A pessoa tem uma infecção respiratória, é tratada e, muitas vezes, não sabemos o agente” que provoca a doença e, para obter essa informação, “é preciso pesquisar”, explicou.
A Unidade de Saúde Pública de Beja foi alertada para o número “exagerado” de casos no início de Agosto e, desde então, começou “a procurar vários agentes” causadores.
“A partir de agora, vai haver uma atenção redobrada com todos os casos que vierem a ser diagnosticados” e “irão ser pesquisados os micro-organismos”, disse, rejeitando “alarmismos”.
Questionada sobre a hipótese de os casos poderem ter tido origem na água da rede pública, Felicidade Ortega disse que foram feitas análises e os resultados indicam que “está em condições perfeitas de se consumir”.
No entanto, explicou, “como é normal, nas redes de água existem bactérias, que se multiplicam quando se registam temperaturas entre 20 e 40 graus, as adequadas ao seu crescimento”.
“Para quem não tem problemas de saúde, não haverá grandes problemas”, mas as bactérias podem provocar pneumonia se forem inaladas por um imunodeprimido ou um doente crónico, explicou.
Em comunicado, a Câmara de Serpa confirma hoje que os resultados das análises à água “não comprometem o consumo” e aconselha à população três medidas preventivas, recomendadas pela autoridade de Saúde.
Fazer a purga semanal da rede de água de casa e de equipamentos, como o esquentador e depósitos, abrindo válvulas e torneiras por 10 minutos para garantir a circulação da água e evitar a sua estagnação é uma das medidas.
As outras são rejeitar diariamente ou em cada utilização a primeira água dos chuveiros, por um período não inferior a dois minutos, e proceder, mensalmente, à submersão dos chuveiros em lixívia, pelo menos por 24 horas.
Diário Digital com Lusa
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