A candidatura do cante alentejano a “Património Imaterial da Humanidade” já foi entregue no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa. Resta saber agora se o Governo decidirá, ou não, pela sua entrega amanhã, à UNESCO, em Paris.
Depois do presidente da Comissão Nacional da UNESCO ter manifestado a intenção de atrasar um ano, a entrega da candidatura do cante alentejano a “Património Imaterial da Humanidade”, por considerar que a mesma “não está amadurecida e pode ser chumbada” e da Comissão Executiva ter manifestado “indignação” perante esta possibilidade e de ter deixado claro que “do ponto de vista técnico e científico é inabalável”, o dossiê foi entregue ontem, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
Resta saber agora, se o Governo vai entregar, ou não, a candidatura amanhã à UNESCO, em Paris, cumprindo assim, os prazos estabelecidos para o efeito, ou seja, 30 de Março.
Carlos Medeiros, presidente da Comissão Executiva, disse à Voz da Planície estar “confiante de que o Governo se vai decidir pela entrega da candidatura” e que a mesma “tem todas as condições para merecer a aprovação da UNESCO”.
João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Serpa, que tal como outros autarcas tem estado envolvido, desde o início, neste propósito, disse que “tudo foi feito para o sucesso da candidatura” e que “cabe ao Governo a decisão final”, realçando que “o que está em causa é a preservação do cante alentejano”.
Recorde-se que a candidatura do cante alentejano mereceu, desde a primeira hora, os apoios das mais diversas entidades, grupos corais, músicos, individualidades e que muitos estiveram ontem, na Casa do Alentejo para exprimir a sua solidariedade. Entre eles, José Ribeiro e Castro, deputado do CDS-PP e presidente da Comissão Parlamentar da Educação, Ciência e Cultura e “meio alentejano”, que destacou o facto de considerar que “o cante alentejano tem tudo para ser considerado «Património Imaterial da Humanidade»”.
Para além de todos os apoios já conhecidos, incluindo o do Bispo de Beja, dois dos três deputados eleitos pelo distrito também estiveram ontem, em Lisboa, para exprimir a sua solidariedade para com a candidatura do cante alentejano. Em declarações à nossa estação, o deputado eleito pelo PSD, Mário Simões, frisou que “não existem razões para a não entrega da candidatura” e que “o Estado português deve criar as condições necessárias para que a mesma possa ter um desfecho positivo”.
João Ramos, deputado eleito pelo PCP, também manifestou em seu nome, e do grupo parlamentar que integra, solidariedade para com a candidatura do cante alentejano.
Seja como for, só amanhã será conhecido o desfecho desta situação e Carlos Medeiros, presidente da Comissão Executiva responsável pela candidatura diz acreditar que “Pedro Passos Coelho não vai virar as costas aos alentejanos” e que está convicto de que a decisão do Governo vai ser entregar a mesma à UNESCO, amanhã, em Paris.
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