Ensino Docente de Serpa vai de bicicleta até Lisboa "pela estabilidade dos professores"
Pronto para pedalar 200 quilómetros "pela estabilidade do trabalho dos professores", um docente da Escola Secundaria de Serpa, no Alentejo, viaja no sábado de bicicleta até Lisboa para participar na manifestação nacional de professores.
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Carlos Azedo, de 51 anos e professor de Educação Física há três décadas, disse hoje à agência Lusa que vai partir às 06:00 da cidade alentejana de Serpa e espera chegar cerca das 14:00 ao Marquês de Pombal, em Lisboa, onde irá começar o protesto e decorrer até aos Restauradores.
Carlos Azedo explicou que leva um dorsal na bicicleta com o lema da viagem, ou seja, "uma equação simples" para o ministro da Educação, Nuno Crato, "já que ele é da área de Matemática": "-1 (professor) = +10 (analfabetos)!".
Depois de já ter viajado duas vezes de bicicleta até Lisboa, em 2008 e em 2009, para também participar em manifestações de professores, Carlos Azedo volta a pedalar até mais um protesto na capital, desta vez "pela estabilidade do trabalho dos professores na escola".
"O novo diploma de requalificação profissional não é mais do que um processo de despedimento coletivo encoberto para os professores do quadro", lamentou o docente.
O "despedimento", continuou, "vem juntar-se aos cerca de 10 mil professores que não viram renovado o seu contrato de trabalho no último ano letivo" devido à criação de mega agrupamentos, da restruturação curricular e do aumento de alunos por turma.
Por outro lado, "este ano está em preparação o aumento da carga horária dos professores para as 40 horas [semanais], além de outras medidas que obrigam os professores a desempenhar cargos para os quais não há a devida compensação horária", como o cargo de diretor de turma e de coordenador de departamento, disse.
"Nesse sentido, assiste-se a uma redução brutal do número de docentes nas escolas", lamentou Carlos Azedo, justificando assim o lema que escolheu para a deslocação de sábado.
Os sindicatos de professores convocaram uma manifestação para sábado, em Lisboa, e uma greve na segunda-feira, o primeiro dia dos exames do ensino secundário.
Os professores também estão em greve às avaliações até ao dia 21.
Os sindicatos contestam a aplicação do sistema de mobilidade aos professores e o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais.
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